Hoje em dia já é sabido que é melhor optar por uma dieta com ingestão de Gorduras Saudáveis do que, pura e simplesmente, cortá-las da sua dieta por completo.
Como exemplo, a dieta Paleo foca-se bastante na ingestão de gorduras saudáveis e uma quantidade elevada de proteína. Pelo contrário, numa dieta vegetariana, ingere-se bastante gordura saudável, descurando, geralmente, a ingestão da quantidade adequada de proteína. Entre estes dois tipos de dieta existe um grande debate sobre os prós e contras da ingestão de proteína.
Se desconhecer ambas as posições, há pessoas que acreditam que uma ingestão elevada de proteína é prejudicial para o sistema digestivo e, talvez, desnecessária para atletas. Pelo contrário, os atletas que procuram ganhar força e construir massa muscular apoiam a ideia de que uma dieta rica em proteína é essencial e que uma dieta deste género não é prejudicial para a saúde, como outros idealistas querem fazer crer.
Um estudo apresentado recentemente no Nutrition Journal[1] comparou dietas com reduzido teor em gordura associadas a diferentes níveis de ingestão de proteína. O objectivo - perceber se o consumo elevado de proteína é benéfico ou prejudicial para a saúde. Uma coisa é certa, a proteína é necessária para construir e reparar massa muscular, assim como para inúmeros outros processos essenciais ao bom funcionamento do nosso organismo. No entanto, não queremos consumir uma quantidade de proteína de tal ordem elevada que se torne prejudicial para a nossa saúde.
Para o efeito, os investigadores observaram vários estudos para tentar encontrar um consenso. Observaram os resultados em termos de gordura corporal, pressão arterial, colesterol, resposta à insulina e factores de risco cardiovasculares.
A todas as dietas com mais de 25% de energia proveniente de proteína, os investigadores designaram-nas de dietas com alto teor proteico. A todas com menos de 20%, consideraram-nas como dietas de reduzido teor proteico. Numa base de 2000kcal diárias, isto traduz-se em mais de 125g e menos de 100g de proteína, respectivamente. As recomendações para vários atletas adeptos do levantamento de pesos, especialmente aqueles que procuram ganhar massa muscular, recaem, normalmente, na dieta considerada como de alto teor proteico, neste estudo.
O que os investigadores descobriram foi que uma dieta mais rica em proteína é mais saudável que uma mais pobre. A maior parte dos factores considerados permanecia constante para os dois tipos de dieta, com duas importantes excepções.
O grupo com dieta rica em proteína apresentou níveis de insulina mais elevados em jejum, o que significa, provavelmente, que terão um maior controlo dos níveis de açúcar no sangue. Adicionalmente, este grupo registou, nalguns estudos, uma melhoria do colesterol HDL, considerado como "bom colesterol". Todos os outros factores, como a gordura corporal, permaneceram constantes para os dois grupos.
Então, para os atletas que se têm preocupado com a ingestão elevada de proteína, já não precisam de estar preocupados - conseguirão melhorar a vossa saúde ao seguir uma dieta mais rica em proteína. Um aspecto não apresentado neste estudo é o efeito em atletas. A massa muscular extra que se obtém do treino e da ingestão de proteína fará, com certeza, diferença no que toca à massa gorda e outros factores, não apresentados neste estudo. Se toda a proteína extra for utilizada em actividade física, então os efeitos na saúde serão ainda melhores.
Referência:
[1] - Lukas Schwingshackl, et. al., "Long-term effects of low-fat diets either low or high in protein on cardiovascular and metabolic risk factors: a systematic review and meta-analysis", Nutrition Journal 2013, 12:48.
Adaptado de:
Doug Dupont - breakingmuscle.com
Diet & Exercise
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