segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Exercício reduz o crescimento do Cancro da Próstata

Para grande parte das pessoas, um dos principais objectivos na prática desportiva é melhorar a saúde. No entanto, existem ainda algumas ideias de que o exercício poderá prejudicar, de certa forma, a nossa saúde. Seja a ligação entre o ciclismo e a redução da densidade óssea, sejam os efeitos no cérebro resultantes de provas de ultra-resistência ou mesmo o aumento brusco de radicais livres após um treino intenso - estas questões existem por uma boa razão. Outra questão importante prende-se com a relação entre o exercício físico e o crescimento de células cancerígenas, nomeadamente, cancro da próstata.


Não é de surpreender que exista a teoria de que o exercício físico potencia o crescimento de células cancerígenas. Algumas hormonas de crescimento celular e de tecidos, como a hormona do crescimento, a IGF-1, a insulina e a leptina, têm sido relacionadas com um risco mais elevado de cancro e com a progressão de cancros já existentes. Num estudo recente no PLoS ONE (http://www.plosone.org/) os investigadores examinaram a relação entre o exercício, as hormonas e o cancro da próstata.

O que os investigadores descobriram foi que exercício a longo prazo estava associado a um risco de cancro mais reduzido. Estes resultados estão relacionados com a resposta hormonal, a longo prazo, ao exercício físico. Tal como o ritmo cardíaco, a longo prazo, responde ao treino cardiovascular, também os níveis de hormonas tendem a decrescer em resposta ao exercício. A longo prazo, se formos desportistas ávidos, os níveis gerais destas hormonas tornam-se inóspitos ao cancro da próstata, pelo que o risco de o contrair decresce.

Contudo, os cientistas preocuparam-se mais com os efeitos directos do exercício, ao invés dos efeitos a longo prazo. O efeito imediato do exercício é bastante diferente dos efeitos a longo prazo. Por outras palavras, quando treinamos, os níveis de hormonas de crescimento aumentam muito. Para um atleta, este aumento de concentração destas hormonas é excelente, uma vez que auxilia na recuperação e crescimento de células musculares danificadas. No entanto, também para as células cancerígenas, isto significa um aumento da taxa de crescimento - o que é mau.

Os investigadores decidiram investigar outra vertente - não só os efeitos da presença destas hormonas de crescimento, isoladas, na taxa de crescimento de células cancerígenas. Decidiram também expor as células cancerígenas a amostras de soro sanguíneo dos desportistas, logo após o treino. Por outras palavras, as células cancerígenas ficaram expostas a um maior número de elementos, além das hormonas de crescimento - ficaram expostas a um estado pós-exercício mais fidedigno do que as hormonas de crescimento isoladas.

Os resultados foram reveladores. Dos 10 atletas estudados, 9 destas amostras de soro sanguíneo inibiram o crescimento cancerígeno. Apesar dos níveis mais elevados de hormonas de crescimento, o crescimento cancerígeno tinha reduzido em cerca de 31%. Quando injectado em ratos, o soro provocou um atraso na formação do tumor.

Resumindo, apesar das hormonas de crescimento resultantes do treino, quando isoladas, induzirem um crescimento mais acelerado do cancro, quando estas se encontram em conjunto com os outros elementos presentes no sangue, num estado pós-exercício, o crescimento cancerígeno é menor. Mesmo exercício a curto-prazo parece reduzir, pelo menos, a taxa de crescimento cancerígeno pré-existente.

Referências: Helene Rundqvist, et. al. "Effect of Acute Exercise on Prostate Cancer Cell Growth" PLoS ONE 8(7), 2013;
Doug Dupont, breakingmuscle.com - "Exercise Reduces Growth of Prostate Cancer".


Mais uma excelente razão para começar, desde já, a fazer exercício. Se já o faz, parece uma excelente razão para continuar ;)

Bons treinos!!!

Diet & Exercise

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